19 de mai. de 2017

Um suspiro entre o cinza e o egoísmo

Anteontem, caminhando da aula pra casa, percebi uma pequena grandona em meu caminho de um jeito que nunca antes a havia visto: sufocada, porém lutando e viva! Em uma calçada que mal suporta uma pessoa caminhando, havia uma árvore plantada. À sua frente, um poste de energia com fios baixos e pesados, e atrás de si, uma cerca que protegia uma casa, de tamanho médio, quase alto. Por entre os dois elementos, mal dava espaço para o sol chegar ao chão, mas mesmo assim, a árvore encontrou um meio de sobreviver ali. Completamente inclinada e apertada, mas ainda assim, tão verde e firme quanto qualquer árvore possa ser! E eu a admirei, e a amei, e quis cuidar dela. Mesmo em uma situação adversa e nada agradável, mesmo sendo uma árvore, que deveria ser firme, dura, fixa, esta pequena grande guerreira deu seu jeito, se dobrou, se torceu, foi flexível, e assim, sobreviveu, e agora colhe os melhores frutos de sol, lá de cima, onde não há sombras atrapalhando e por onde os pássaros tem livre acesso para habitá-la e fazê-la feliz. A vida é mesmo uma lição aprendida nos detalhes, que se aproveita apenas quando os olhos da alma se abrem para o mundo. É preciso delicadeza para notar as sutis vidas em uma cidade grande, e já havia algum tempo que eu não conseguia mais notar.

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