19 de ago. de 2022

 Eu não aguento mais esse peso... Essa pedra gigante alojada no meio do meu peito, fazendo uma força horizontal (alô gravidade?) e abrindo um valo bem entre os meus pulmões.


Eu não aguento mais essa dualidade de ser vilã e ser vítima, de tentar ajudar e no entanto, terminar o dia com sangue nas mãos.


Eu não aguento mais essa passivo-agressividade, esse tom de piada no meio de uma chicotada onde a mão que açoita ficou escondida na escuridão.


Eu não aguento mais me arrastar e sangrar e tentar ajudar e sentir que o ar que eu respiro é grosso e tóxico e derrete a minha pele.


Eu não aguento mais amar desse jeito. Porque dói, e tudo o que eu faço faz doer mais, tudo o que eu faço é errado e dói no outro também.

 

E por mais que eu esteja tentando fazer curativos e andar em linha reta, eu só posso fazer isso por mim. E o outro só pode fazer por ele mesmo. Mas a conta não ta fechando. E a culpa não vai embora.


Eu não aguento mais.

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